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Aumenta procura por cirurgia de redução de mama com silicone

fabio

Reduzir os seios e colocar silicone pode parecer algo controverso para muitas pessoas. Porém, com a popularização das cirurgias plásticas de aumento, com o implante de próteses de silicone, até mesmo as pacientes que buscam cirurgias de redução das mamas têm optado pela colocação da prótese, para conferir ao seio o formato arredondado e firme.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), as cirurgias de implante de próteses correspondem a 21% do total de procedimentos estéticos realizados no Brasil, ocupando a primeira posição no ranking de intervenções plásticas. Desse total, uma crescente parcela é para os implantes de silicone após a mamoplastia de redução.

Segundo o cirurgião plástico Fábio Zamprogno, essa tendência teve início há aproximadamente cinco anos, com a crescente utilização de próteses de silicone para tratamentos de seios pequenos. “O implante de silicone despertou também o interesse de pacientes que buscavam reduzir as mamas, porém, que ficassem com formato mais arredondado, modelado e cheio na região superior”, conta.

E a procura por mamas menores e modeladas não para de crescer. Prova disso são os números registrados por Zamprogno em seu consultório. Segundo o médico, a cada 27 cirurgias de mama realizadas, 15 são de aumento com silicone, dez de redução com silicone e apenas dois são de redução sem prótese. Ou seja, o número de mulheres que diminuem as mamas e colocam silicone é cinco vezes maior do que o de mulheres que apenas as reduzem.

Para Zamprogno, a princípio, muitos cirurgiões plásticos foram relutantes em substituir parcialmente o tecido mamário da paciente por uma prótese, ou seja, por um “corpo estranho”. Porém, com o domínio da técnica, os médicos ficaram mais confiantes e passaram a indicá-la com mais frequência. “Hoje podemos operar e reduzir uma mama de tamanho original de 500g, deixando-a com um tamanho de 300g já incluindo a prótese. O resultado é um seio menor, porém mais consistente e remodelado”, explica.

Avaliação do cirurgião

A tendência da mamoplastia de redução com implante de silicone, porém, não se aplica a todas as pacientes que desejam a redução das mamas. Isso porque existem indicações médicas que justificam o uso da prótese e outras em que o implante não é indicado. Segundo Fábio Zamprogno, cabe ao cirurgião plástico examinar a paciente e avaliar a melhor opção.

Segundo o médico, de maneira geral, pacientes com mamas grandes e mais glandulares devem evitar o implante da prótese na cirurgia de redução mamária. “Nesses casos, mesmo que a mama seja caída, é mais dura e consistente que as demais e pode ser remodelada durante uma cirurgia. Ou seja, o cirurgião consegue dar um colo mamário mais cheio e mais formato aos seios evitando o uso da prótese”, explica.

Por outro lado, é comum que pacientes que já tenham passado por gravidez, emagrecimento, que possuam mais de 40 anos ou que já tenham realizado uma mamoplastia previamente apresentem mamas menos consistentes (mais gordurosas e menos glandulares). “Nesses casos, a indicação da prótese é muito importante para que consigamos conferir um formato melhor com a cirurgia de redução de mama”, conta.

Vale ressaltar que o uso da próteses em casos de mamoplastia de redução não impede que as mamas “cedam ou se acomodem” e não garante um resultado permanente, como muitas pacientes imaginam. Além disso, apesar da cirurgia apresentar baixos índices de complicação, ser bem aceita por cirurgiões e pacientes e proporcionar resultados bastante interessantes e satisfatórios, é preciso ressaltar que o uso de próteses de silicone sempre acrescenta riscos como rejeição, contratura capsular e a necessidade de uma troca futura em um período de dez a quinze anos.

A evolução da mamoplastia

Há cerca de 20 anos, as mulheres estavam em busca de mamas pequenas, mesmo que os cirurgiões plásticos relutassem em reduzi-las consideravelmente. Segundo Fábio Zamprogno, a procura maior era de pacientes com seios bem grandes e que, geralmente, apresentavam dores na coluna e na região lombar devido ao tamanho da mama. Naquela época, a exigência maior era justamente em relação ao tamanho e não ao formato ou à projeção.

“Tentávamos explicar às mulheres que queriam se submeter a uma redução de mamas que os seios não deveriam ser muito pequenos, pois nesses casos, a cirurgia se tornava uma tarefa bastante complicada tecnicamente. Era difícil conferir o formato arredondado, projetado e com colo mamário definido em mamas tão pequenas”, conta Zamprogno. Posteriormente, esse padrão de tamanho foi mudando e as mamas passaram a fazer parte também da beleza e da estética da mulher. O tamanho maior virou uma referência e os pedidos por seios maiores começaram a surgir.

Nessa época, a preocupação com a proporção da mama e do tórax também se tornaram mais comuns. Segundo o cirurgião, as pacientes passavam a buscar mamas mais levantadas, sem muita ou nenhuma redução. Os resultados finais eram melhores, porém não duradouros. Isso porque, muitas das mamas operadas eram flácidas e, mesmo com a cirurgia plástica, em um espaço de tempo de seis meses a um ano elas apresentavam quedas e alterações que desagradavam as pacientes.

Atualmente, a tendência nos consultórios é a mamoplastia de redução com o implante de silicone, que proporciona mamas menores, mais arredondadas e modeladas, mantendo a proporção entre os seios e o tórax da paciente.