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Carros pouco seguros rodam livremente no país

Carro

150 mil. Esse foi, de acordo com a Consumers International, organização global de defesa do consumidor, o número de carros vendidos na América Latina em 2015 que seriam simplesmente reprovados em testes de segurança na Europa e nos Estados Unidos. Isso porque eles não contam com recursos básicos de proteção, como os airbags frontais, obrigatórios no Brasil desde 2014, mas ainda não compulsórios em diversos outros países do continente.

Essa informação alarma até mesmo quem já atua no mercado automotivo há mais de 10 anos. Apolo Figueiredo Rizk, do grupo Contauto, defende a elevação das exigências mínimas de segurança no Brasil. Todos os carros que comercializa, por exemplo, da Ford, já têm barras laterais de proteção, apesar de ainda não serem obrigatórias no país. Vale ressaltar que na Europa esse mesmo item é exigido desde 1995.

O mesmo vale para o controle eletrônico de estabilidade, capaz de evitar capotamentos por detectar a perda de aderência dos pneus com a pista e acionar os freios ou reduzir a rotação do motor automaticamente. A obrigatoriedade do item foi aprovada no Brasil, mas o prazo final de adequação das montadoras é 2022.

O controle eletrônico de estabilidade é obrigatório nos Estados Unidos e na Europa, e na Argentina passará a ser exigido em 2018. Já para ter cinco estrelas nos reconhecidos testes do Programa de Avaliação de Carros Novos da Latin NCAP é indispensável ter o controle eletrônico de estabilidade. Tudo isso porque, de acordo com a Proteste, Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, testes comprovaram que o sistema reduz em até 50% o risco e a gravidade dos acidentes.

Apolo ressalta que, apesar de tal relevância, atualmente o controle eletrônico de estabilidade só é oferecido em carros que custam acima dos R$ 55 mil. A única exceção é o Ford Ka, que traz o sistema a partir da versão 1.0 SEL, com preço que parte de R$ 48.140,00. Por ter como um de seus pilares o compromisso com a segurança, a Ford o oferece em algumas versões de todos os seus modelos.

Quanto vale uma vida?

Diante desse cenário e mesmo com os anos de experiência no mercado automotivo e à frente da concessionária Contauto, Apolo questiona quanto vale a vida de motoristas brasileiros, americanos ou europeus, já que os requisitos mínimos exigidos de segurança nos veículos variam entre os países.

O empresário lembra ainda, por outro lado, que falta também conscientização dos consumidores, que ainda valorizam pouco o aspecto durante a compra de seus veículos. “Infelizmente, os itens de segurança pesam pouco na hora da escolha entre um modelo e outro. Avalia-se o design, a potência, o custo de manutenção, a conectividade, a tecnologia, o consumo de combustível, e deixa-se para segundo plano pontos que impactam diretamente na segurança das pessoas transportadas, como número de airbags, controle de estabilidade e tração, barras laterais, assistentes de frenagem, alerta de permanência em faixa, sensor de proximidade, isofix, travamento de portas e vidros, sistema de acionamento de emergência em caso de colisão etc., itens que já são de série em muitos veículos Ford”, conclui.