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Técnicas de reconstrução mamária acompanham a evolução do tratamento de câncer

fabio

Trinta anos atrás quase que a totalidade das mulheres que se descobriam com câncer de mama tinha a indicação da mastectomia completa, ou seja, a retirada de todo o seio. Atualmente, com a evolução no diagnóstico e no tratamento do câncer, as cirurgias são mais conservadoras, o que significa que somente parte do órgão acometido é retirada. Com isso, as técnicas de reconstrução mamária também evoluíram para se adaptar a essa nova realidade, tendo sido crescente o uso de próteses de silicone com essa finalidade.

O pioneiro em reconstrução mamária no Estado, o cirurgião plástico Fábio Zamprogno, explica que, quando a reconstrução era total, se fazia necessário retirar músculos e gordura do abdômen para refazer o volume da mama. Isso tornava a recuperação após a cirurgia mais demorada, em torno de 30 a 60 dias, apesar da vantagem do uso do tecido do próprio paciente, o que reduz o risco de rejeição. Atualmente, com reconstruções parciais, tem sido mais utilizado o método que refaz o volume do seio com uma prótese de silicone e a cobertura, com pele retirada das costas, na altura do fechamento do sutiã para a cicatriz poder ser disfarçada.

De acordo com Fábio Zamprogno, a reconstrução pode ser imediata ou tardia, sendo a decisão em geral do oncologista e da paciente, após analisarem as perspectivas de continuidade do tratamento. “De forma geral, a reconstrução tardia é mais indicada, pois somente após a retirada da mama doente e do seu laudo laboratorial é que o oncologista irá definir a necessidade de quimioterapia e radioterapia, que devem começar de 20 a 30 dias após a mastectomia, período que a paciente ainda estaria se recuperando da reconstrução”, orienta.

Caso faça somente a retirada da mama, a recuperação acontece em torno de sete dias e o organismo, ainda a ser tratado com medicamentos, estaria mais recuperado, oferecendo melhores chances de sucesso ao tratamento do câncer. Por outro lado, ressalta o cirurgião, é preciso levar em consideração o benefício de manter a autoestima da mulher quando a reconstrução é imediata.

Em ambas opções, a reconstrução é feita sempre em duas etapas. A primeira consiste no preenchimento do espaço vazio deixado pela mastectomia, e a segunda, realizada no mínimo após seis meses, abrange a reconstrução do mamilo e da auréola e o acerto das diferenças entre as mamas reconstruída e a normal, o que às vezes exige uma plástica com colocação também de prótese nessa última.

“Esses avanços são muito bons, pois percebemos que é possível devolver a autoestima a uma mulher que enfrentou um câncer de mama e teve um ou os dois seios retirados. Além disso, os procedimentos estão cada vez mais acessíveis, pois tanto o Sistema Único de Saúde quanto os convênios cobrem as reconstruções das duas mamas, inclusive com o uso das próteses de silicone”, finaliza o médico.